A infantaria brasileira, coerente com as mais modernas doutrinas de combate existentes na atualidade e atendendo às necessidades impostas pelas características dos diferentes terrenos possui os seguintes tipos de tropas especializadas:
INFANTARIA MOTORIZADA
A Infantaria Motorizada se caracteriza por ser uma tropa capaz de executar operações terrestres sob quaisquer condições de tempo, terreno e visibilidade.
Apta a realizar operações de infiltração, leva à retaguarda do inimigo a inquietação, o desequilíbrio e a decisão do combate difícil e prolongado.
A limitada proteção contra blindados e contra os efeitos das armas químicas, biológicas e nucleares exigem maior adestramento do combatente, através da aplicação das técnicas e táticas do combate a pé e da atualização permanente do emprego de novas armas e equipamentos. Os obstáculos e a densa vegetação são fatores limitativos das batalhas. Superá-los é proporcionar a continuidade do movimento e do deslocamento dos meios e apoios. A busca do aperfeiçoamento leva a Infantaria Motorizada a adquirir capacitações específicas dos diversos níveis para fins de atualização e manutenção dos padrões de desempenho.
INFANTARIA BLINDADA
O ruído dos motores anuncia o horror. Os blindados destroem cercas e concertinas, abrindo o caminho à tropa a pé. O potente fogo da metralhadora e a esmagadora lagarta arrasam as tocas e, os que ainda sobrevivem, fogem para a retaguarda. A Infantaria Blindada é impiedosa e não pára. Prossegue no aproveitamento do êxito destruindo a capacidade do inimigo de reconstituir a defesa ou realizar um movimento retrógrado ordenado. A agressividade das ações é fundamental para o sucesso destes tipos de operações.
A mobilidade, a proteção blindada, a potência de fogo e a ação de choque são as características mestras da Infantaria Blindada.
INFANTARIA LEVE (AEROMOVEL)
Objetivando dotar o Exército de uma força capaz de realizar ações táticas à retaguarda e flancos do inimigo, que possua grande mobilidade tática, quando apoiada por aeronaves de asa rotativa e grande flexibilidade de emprego, a 19 de junho de 1995 foi criada a 12ª Brigada de Infantaria Leve(Amv).
Integrante da Força de Ação Rápida, , a Brigada Leve(Amv) localiza-se estrategicamente na cidade de Caçapava, a cerca de 17 Km da Base de Taubaté, onde estão situados os esquadrões de helicópteros da Aviação do Exército. Esta situação permite que a Brigada esteja pronta para ser empregada em qualquer parte do território nacional num prazo de 48 horas.
As missões impostas pela atual doutrina de emprego da Brigada, tais como a desorganização do sistema de comando e controle inimigo, a atuação sobre sua reserva e a realização de ações de interdição, requerem um preparo rigoroso e de alto nível com ênfase nas missões de infiltração, tanto terrestres quanto aero móveis.
INFANTARIA PARAQUEDISTA
A Infantaria Pará-quedista, parte integrante da força de ação rápida, é capaz de atuar em qualquer parte do território nacional devido a sua grande mobilidade estratégica, proporcionada pelos meios aéreos da 5ª Força Aérea e da Aviação do Exército.
Devido a sua constituição heterogênea tem capacidade de operar isoladamente em qualquer tipo de terreno e apresenta particular aptidão para chegar à região de operação saltando de paraquedas, aerotransportada e helitransportadada, tendo capacidade de durar na ação, com seus próprios meios, por 72 Hs.
Está constantemente preparada para ser lançada na retaguarda profunda das linhas inimigas e conquistar objetivos de extrema importância tática e estratégica para a manobra do escalão superior.
INFANTARIA DE MONTANHA
Com a experiência obtida na 2ª Guerra Mundial, nosso exército percebeu a necessidade de dispor de uma tropa apta a atuar em terreno montanhoso.
A difícil tarefa de executar operações continuadas de combate neste tipo de terreno, sob condições climáticas e meteorológicas extremamente adversas e em elevadas altitudes, requer um adestramento especializado. Em virtude disto, em 1992 o 11 BI foi transformado em 11 BI Mth, única unidade de Mth do EB, com a missão de implementar as táticas e técnicas de Mth militar.
O combate em região de montanha apresenta diversas restrições e exige planejamento centralizado e execução descentralizada , sendo a infiltração tática a principal forma de manobra do BI Mth.
INFANTARIA DE SELVA
A região amazônica, é um vasto manto verde, que se estende ao longo de quase 5 Milhões de Km². Assegurar a sua integridade é uma missão que exige tropas especializadas, em condições de operar sob circunstâncias adversas, impostas pelas condições climáticas, meteorológica e fisiográficas daquele ambiente operacional.
Neste mister, a força terrestre, conta atualmente com DIVERSAS Bda Inf Sl, composta por Btl Inf Sl , organizados, instruídos e equipados para atuar em ambiente hostil de selva. Suas operações revestem-se, de características especiais, de grande fluidez e capacidade de sobrevivência.
As unidades de infantaria de Selva são particularmente aptas, a Executar Op ribeirinhas, Operar com Limitado Ap Log, Realizar infiltração tática, Participar das Op continuadas de Cmb Ofs em área de Sl sob quaisquer condições climáticas e meteorológicas.
Mercê destas singularidades, cresce de importância a figura do homem para compor este tipo de tropa. Elevado moral, conhecimento da região, adaptação às condições climáticas locais, iniciativa, liderança, rusticidade, determinação e tenacidade são atributos imprescindíveis ao soldado de Infantaria da Amazônia.
CAATINGA
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte”. Essa idéia de resistência do homem em face das agruras do semi-árido do sertão brasileiro levou à designação, em 1982, da 10º Brigada de Infantaria Motorizada como responsável pela condução das pesquisas, dos estudos e dos exercícios operacionais em área de caatinga. Ao 72º BI Mtz ,sediado na cidade de PETROLINA- PE, foi atribuído o encargo de execução e operações com estas características.
A instrução do combatente de caatinga é totalmente desenvolvida em uma das regiões mais inóspitas do mundo. A vegetação agressiva e espinhosa; o calor causticante; o relevo modesto e ondulado; solos erodidos e muitas vezes pedregosos; a paisagem uniforme e uma grande escassez de água, exigem do infante um treinamento especial para suplantar tais dificuldades.
PANTANAL
Face ao ambiente operacional do centro-oeste do Brasil, caracterizado por imensas áreas alagadiças, terreno pantanoso e rico em vias fluviais, o Exército Brasileiro prescindia de um núcleo especializado no qual pudesse adestrar adequadamente suas tropas para operações naquela área. Essa necessidade foi sanada com a recente criação do Centro de Instrução de Operações no Pantanal, no 17º Batalhão de Infantaria de Fronteira, em Corumbá – MS. Naquela Organização Militar são ministradas as instruções específicas para a formação do Combatente do Pantanal, antes realizadas com a colaboração do 6º Grupamento de Fuzileiros Navais sediado na cidade de Ladário – MS. Com isso, mais uma vez a Infantaria Brasileira corrobora o lema do cumprimento da missão em quaisquer condições de ambiente, projetando a Força Terrestre naquele vasto e rico cenário.
POLÍCIA DO EXÉRCITO
Além das unidades básicas de nossa infantaria destacamos ainda Organizações de Polícia do Exército e compostas exclusivamente por combatentes da Rainha das Armas. A origem da PE tem íntima ligação com nossos pracinhas que atuaram na 2ª Grande Guerra. Durante aquele conflito sentiu-se na necessidade de um serviço de polícia, para cumprir missões de guarda, escolta de prisioneiros de guerra, segurança de instalações, escolta de autoridades e manutenção de ordem pública.
Recorde mundial de militares sobre uma única motocicleta (47 homens), nossa PE simboliza o garbo e a marcialidade do soldado de infantaria.
Excelente explicação. Apenas duas ressalvas: faltou a Infantaria Mecanizada, que no Brasil utiliza os blindados Guarani e a foto que ilustra a Infantaria Blindada é do Carro de Combate Leopard, utilizado pela Cavalaria. O M113 é o blindado da Infantaria.