Mulheres podem se alistar nas Forças Armadas?
O Serviço Militar não é obrigatório para as mulheres. No entanto, elas podem servir voluntariamente no Exército, na Marinha ou na Aeronáutica. Para ingressar na carreira militar, as mulheres devem realizar concursos públicos.
Como funciona a carreira militar feminina?
Homens e mulheres recebem a mesma instrução básica militar. Além disso, os cargos e funções são igualitários entre os sexos nas Forças Armadas. Sendo assim, mulheres concorrem a promoções padronizadas pelo Exército, Aeronáutica ou Marinha e recebem os mesmos salários que os homens na mesma função.
Mulheres no Exército Brasileiro
A primeira mulher a fazer parte do Exército Brasileiro foi a baiana Maria Quitéria de Jesus, em 1823. Ela fingiu ser um homem – com o nome de Soldado Medeiros – para se juntar às tropas que lutavam pela Independência do Brasil. Semanas depois, sua real identidade foi revelada. Mesmo assim, Maria Quitéria foi autorizada a continuar no Exército, tamanha era sua importância na luta devido à sua destreza com as armas e conduta em combate.
No entanto, somente na Segunda Guerra Mundial, em 1943, as mulheres puderam ingressar oficialmente no Exército Brasileiro.
Foram enviadas para a guerra 73 enfermeiras, sendo que 67 delas eram enfermeiras hospitalares e 6 eram especialistas em transporte aéreo. As militares foram voluntárias para a missão e serviram em quatro hospitais do Exército dos Estados Unidos. Elas foram as primeiras a entrar no serviço ativo das forças armadas brasileiras.
Em 1992, a Escola de Administração do Exército, localizada em Salvador, na Bahia, matriculou as primeiras mulheres que participaram de um concurso público para ingresso na força. A turma tinha 49 mulheres.
Hoje há mulheres que alcançaram o posto de oficial superior no Exército, como tenente-coronel. No entanto, grande parte do corpo feminino está entre a graduação de sargento, no caso dos praças, até major, no caso dos oficiais.
Possibilidades de ingresso das mulheres no Exército Brasileiro.
ESA
O Concurso ESA é uma das possíveis portas de entrada para mulheres no Exército Brasileiro. No entanto, uma vez aprovada, a candidata será direcionada à Escola de Sargentos de Logística (EsSLog), uma vez que a ESA aceita apenas homens.
Para prestar o Concurso ESA na Área Geral, em que existem vagas separadas para homens e mulheres, a candidata deve ter ensino médio completo, idade entre 17 e 24 anos e no mínimo 1,55m de altura.
Na Área Geral, as mulheres têm a opção de ir para as seguintes divisões:
- Intendência;
- Tipografia;
- Material Bélico;
- Manutenção de Comunicações; e
- Aviação.
No Exército, as mulheres ainda não são autorizadas a ir para a área combatente e de armas (infantaria, artilharia e cavalaria). Além disso, não podem optar pelas áreas de Engenharia e Comunicação.
Ainda sobre o Concurso ESA, mulheres também podem prestar a prova para a Área de Saúde e de Música. Nesse caso, as vagas são gerais, sem distinção entre homens e mulheres. Os pré-requisitos são os mesmos da Área Geral/Aviação, com exceção da limitação de idade, que passa a ser de 17 a 26 anos.
EsFCEx, EsSEx e IME
A EsFCEx, a EsSEx e o IME também são opções para mulheres ingressarem no Exército Brasileiro. No caso do IME, a candidata deve ter entre 16 a 22 anos e as vagas são gerais, sem distinção por sexo.
EsFCEx
As mulheres que sonham em ser parte do Exército Brasileiro também podem ingressar na organização pelo Concurso EsPCEx. As áreas de Intendência e de Material Bélico são liberadas para mulheres e 50 vagas do Concurso são destinadas ao público feminino. Um dos pré-requisitos para a EsPCEx é ter entre 17 e 22 anos.
AMAN
Em 2017, o Exército Brasileiro permitiu que as mulheres ingressassem na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). No entanto, elas não tem a mesma quantidade de opções de especialização na carreira que os homens. As cadetes podem ingressar em apenas dois cursos: Intendência e Material Bélico.