Tropas especiais do Exército Brasileiro

Para completar com sucesso suas missões, o Exército Brasileiro contam com unidades especiais que operam em situações de alto risco, há grupamentos preparados para atuar em diversos espaços e condições climáticas e o diferentes Biomas do Brasil, que requerem conhecimentos específicos. Nesse post vamos falar da Tropa de Infantaria Aeromóvel.

Os Combatentes Aeromóveis, são militares treinados para participar de operações aeromóveis, ou seja, missões que envolvam aeronaves. Essas missões também podem ser chamadas de assaltos aéreos.

As operações aeromóveis têm como principal objetivo fazer com que as tropas sejam inseridas com segurança nas situações de conflito com o inimigo. A principal vantagem desse tipo de assalto é poder transportar militares e equipamentos por longas distâncias e rapidamente. Também por isso é possível encontrar brechas nas defesas inimigas e utilizá-las no combate.

Outras ações da Infantaria Aeromóvel, principalmente quando de helicóptero, incluem reconhecimento da área, evacuação médica e entrega de suprimentos. É considerada uma das Forças de Emprego Estratégico do Exército Brasileiro.

A Infantaria Aeromóvel é formada pela 12ª Brigada de Infantaria Leve e todos os seus batalhões. Essa brigada ainda recebeu outra denominação: é chamada de Brigada Fornovo di Taro, em homenagem à sua participação na Segunda Guerra Mundial. Ela é subordinada ao Comando Militar do Sudeste e à 2ª Divisão do Exército.

A 12ª Brigada de Infantaria Aeromóvel participou de várias operações. Entre elas, estão a Jornada Mundial da Juventude (2013), a Copa do Mundo de Futebol (2014), os Jogos Olímpicos (2016) e a greve dos caminhoneiros (2018).

Além disso, no que se refere às missões de paz no Haiti, a 12ª Brigada de Infantaria Leve foi a que mais teve participações: foram sete contingentes enviados ao país entre 2004 e 2017.

Nesses mais de 100 anos, aproximadamente 13 mil Combatentes Aeromóveis passaram pela brigada.

Treinamento

Os integrantes da Infantaria Aeromóvel passam por um treinamento chamado Estágio Básico do Combatente Aeromóvel (EBCA), que dura uma semana. No EBCA, os combatentes adquirem conhecimentos relacionados à atuação da Infantaria Aeromóvel, principalmente no que se refere ao desembarque de tropas em ambientes hostis, além do resgate em terrenos de difícil acesso.

Algumas técnicas especiais são aprendidas durante o EBCA: rapel, fast rope, patrulhas helitransportadas, helocasting, balizamento de zona de pouso, operações de comunicação. O objetivo é que os Combatentes Aeromóveis, ao concluir o estágio, possam sustentar a missão e o combate por 48 horas. Além disso, devem adquirir outros conhecimentos:

  • Tomar e manter pontos críticos do território inimigo.
  • Atacar centros de comando e controle.
  • Oferecer apoio logístico e de fogo.
  • Tomar pistas de pouso.
  • Realizar assaltos aéreos.
  • Promover ações no território inimigo, reconhecimento, segurança, infiltração, incursão e exfiltração.

Desafios

A principal desvantagem da atuação da Infantaria Aeromóvel está justamente em seu meio de transporte: a aeronave. O primeiro ponto a se levar em consideração é a visibilidade. Tanto helicópteros quanto outros tipos de aeronaves são muito visíveis para as tropas inimigas, o que pode alertá-las da inserção de combatentes em seu território. Para evitar isso, é necessário fazer o desembarque de tropas a longas distâncias do conflito.

Outras duas desvantagens são a vulnerabilidade e o custo. Principalmente no caso dos helicópteros, é possível afirmar que são suscetíveis a ataques, mesmo quando se trata de armas leves. Quanto ao custo, é necessário um grande investimento – tanto na aquisição quanto na manutenção das aeronaves.

Por fim, também em relação ao helicóptero, existem mais dois problemas. Em primeiro lugar, o alcance do helicóptero é limitado, o que o inviabiliza para certas missões. E, em segundo lugar, por sua capacidade, consegue transportar poucos equipamentos, assim como poucos militares.

Brigada Fornovo di Taro

A 12ª Brigada de Infantaria leve (Aeromóvel) tem na sua composição o 6º Batalhão de Infantaria Leve, o 20º Grupo de Artilharia de Campanha Leve e o 1º Esquadrão de Cavalaria Leve, organizações militares que fizeram parte da Força Expedicionária Brasileira na 2ª Guerra Mundial. Por essa razão, a Brigada Aeromóvel recebeu a denominação histórica de Brigada FORNOVO DI TARO.

A precursora da 12ª Brigada de Infantaria Leve foi criada em 1908. Era a 5ª Brigada Estratégica, sediada no estado de Mato Grosso do Sul. Porém, passou a ter o status de Infantaria apenas em 1919, após decreto presidencial. Por isso, seu centenário foi comemorado apenas em 2019.

Em dezembro de 1985, tornou-se a 12ª Brigada de Infantaria Motorizada; e, por fim, em 1995, recebeu a atual denominação. Sua sede fica na cidade de Caçapava, em São Paulo.

Símbolos

Quatro símbolos fazem parte da mística da Infantaria Aeromóvel. O primeiro deles é o brevê do Combatente Aeromóvel, que se trata da palavra “AEROMÓVEL” sobre um fundo camuflado. O segundo é a boina bege, entregue aos Combatentes Aeromóveis ao fim do período de instrução.

Os dois restantes são armas que representam a Infantaria e se tornaram um emblema de orgulho a quem as porta. A faca do Combatente Aeromóvel é produzida em madeira nobre e possui passador para fiel. É recoberta por uma tinta negra especial, opaca, que evita reflexos. Em seu corpo, ostenta quatro imagens:

  • O símbolo do Combatente Aeromóvel.
  • O mapa da comuna de Fornovo di Taro, na Itália.
  • A representação da rendição do exército da Alemanha aos militares brasileiros.
  • O símbolo da Força Expedicionária Brasileira.

Por fim, há o Machado Aratu, cujo nome foi inspirado em um grupo indígena da América do Sul. Os índios aratus ocupavam o Vale do Paraíba antes da colonização portuguesa. Segundo o Almanaque do Combatente Aeromóvel, “este grupo era composto por guerreiros que se destacavam pela sua coragem, inteligência, astúcia e, principalmente, pelo espírito de corpo”. Utilizavam pedra lascada para fazer seus próprios machados, por isso a homenagem.

Organização e Articulação

A 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) é composta das seguintes organizações militares:

1) Comando e Companhia Comando da Brigada, Caçapava, São Paulo.

2) 4º Batalhão de Infantaria Leve, “Regimento Raposo Tavares”, sediado em Osasco, São Paulo.

3) 5º Batalhão de Infantaria Leve, “Regimento Itororó”, sediado em Lorena, São Paulo.

4) 6º Batalhão de Infantaria Leve, “Regimento Ipiranga”, sediado em Caçapava, São Paulo.

5) 20º Grupo de Artilharia de Campanha Leve, “Grupo Bandeirante”, sediado em Barueri, São Paulo.

6) 22º Batalhão Logístico Leve, sediado em Barueri, São Paulo.

7) 1º Esquadrão de Cavalaria Leve, “Esquadrão Tenente Amaro”, sediado em Valença, Rio de Janeiro.

8) 5ª Bateria de Artilharia Anti-Aérea Leve, sediada em Osasco, São Paulo.

9) 12ª Companhia de Engenharia de Combate Leve, sediada em Pindamonhangaba, São Paulo.

10) 12ª Companhia de Comunicações Leve, sediada em Caçapava, São Paulo.

11) 12ª Pelotão de Polícia do Exército, sediado em Caçapava, São Paulo.

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