Para completar com sucesso suas missões, o Exército Brasileiro conta com unidades especiais que operam em situações de alto risco, há grupamentos preparados para atuar em diversos espaços e condições climáticas e o diferentes Biomas do Brasil, que requerem conhecimentos específicos. Nesse post vamos falar da TROPA ESPECIAL DE INFANTARIA DE MONTANHA.

A Infantaria de Montanha é a tropa do Exército Brasileiro que atua em diversas operações nos ambientes montanhosos e tem como lema a frase “para frente e para o alto“. Seus oficiais são treinados de forma muito específica, tanto no que se refere às técnicas quanto ao uso de equipamentos e armas. Os combatentes de montanha utilizam uma boina cinza ou um gorro cinza como símbolo da área em que servem.

O principal batalhão habilitado para esse tipo de missão é o 11º Batalhão de Infantaria de Montanha, também conhecido como Regimento Tiradentes. O batalhão fica localizado em São João Del Rei (MG) e subordinado à 4ª Brigada de Infantaria Leve. É a tropa responsável por treinar outros grupamentos das Forças Armadas para atuar em terrenos montanhosos.

O 11° Batalhão de Infantaria de Montanha teve grande destaque nacionalmente, pois conteve algumas revoltas ocorridas no Brasil no século passado, como: Guerra de Canudos, Guerra do Contestado, entre outras.

Já no cenário internacional, esse Batalhão teve grande importância para o Brasil na 2ª Guerra Mundial. Ele integrava a Força Expedicionária Brasileira e teve participação decisiva na Batalha de Montese, ocorrida em abril de 1945. A cidade de Montese pertence à Itália e possui relevo bem montanhoso, o que explica a brilhante atuação dessa tropa especializada.

Além dos conflitos bélicos, fez parte das Missões de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Seus oficiais estiveram por seis meses na Angola, entre fevereiro e agosto de 1996, e também no Haiti entre 2008 e 2012. Outros eventos em que atuaram foram os Jogos Mundiais Militares, o Rio +20 e a Copa das Confederações 2013.

Cursos da Infantaria de Montanha

Por se tratar de uma atuação altamente especializada, a Infantaria de Montanha possui cursos e estágios específicos para militares do Exército Brasileiro, Marinha do Brasil, Força Aérea Brasileira e Forças Auxiliares. Esses cursos tem o intuito de preparar os militares para desempenharem seu papel de maneira segura e eficiente. Após a realização do curso, os militares conquistam o tão sonhado brevê de Montanha.

Estágio Básico do Combatente de Montanha

O Estágio Básico do Combatente de Montanha (EBCM) tem como objetivo preparar seus alunos para a função de Escalador Militar. Esses militares se tornam capazes de transpor obstáculos horizontais e verticais com o auxílio de equipamentos. A duração média do estágio é de 5 dias.

Estágio de Auxiliar de Guia de Cordada

O Estágio de Auxiliar de Guia de Cordada (EAGC) é destinado a militares que podem desempenhar a função de Auxiliar de Guia de Cordada. Esse militar será capaz de fazer escaladas, criar rotas, guiar a tropa, realizar atividades de resgate e auto resgate. O estágio tem a duração prevista de 2 semanas.

O termo “Cordada” diz respeito a um grupo de montanhistas ligados por uma corda.

Curso Básico de Montanhismo

O Curso Básico de Montanhismo (CBM) habilita Oficiais e Sargentos para se tornarem Guias de Cordada. Os militares que concluírem o curso serão capazes de equipar rotas, guiar a tropa, realizar resgates e auto resgate, bem como participar de operações no Ambiente operacional de montanha. O curso tem a duração prevista de 6 semanas.

Curso Avançado de Montanhismo

O Curso Avançado de Montanhismo (CAM) tem como objetivo habilitar Oficiais e Sargentos para se tornarem Guias de Montanha e, nessa função, conduzirem Operações Militares em ambiente de Montanha, bem como assessorar o Comando nessas operações. Esse curso possui a duração ideal de 10 semanas.

Os perigos da montanha

O terreno montanhoso torna as operações extremamente difíceis, e é por isso que os combatentes dos Batalhões de Infantaria de Montanha devem receber o treinamento mais completo possível. Um erro ou um passo em falso pode colocar em risco não apenas o próprio oficial, mas toda a tropa. Muitos são os perigos que espreitam as montanhas, com os quais esses guerreiros devem lidar para completar suas missões.

Locomoção

Movimentar-se em um terreno de montanha é tarefa complicada. As vias são geralmente estreitas, instáveis, traiçoeiras e íngremes, às vezes inacessíveis para veículos, grandes contingentes ou muitas bagagens. Os oficiais devem levar apenas os itens essenciais em suas mochilas, que garantirão sua sobrevivência, como cavilhas e cordas.

Altitude

Em altitudes muito elevadas, a pressão atmosférica e os níveis de oxigênio podem alterar o funcionamento do organismo de uma pessoa, principalmente no que se refere à dificuldade de respirar um ar tão rarefeito.

A gravidade dos ferimentos também aumenta em altitudes elevadas. Além dos possíveis acidentes em terrenos montanhosos, o frio traz o risco de ulcerações na pele, hipotermia e edemas. Pode-se perder peso com muita rapidez e, inclusive, desenvolver transtornos psicológicos.

Clima

Além disso, em montanhas muito altas, o clima se caracteriza por temperaturas baixas, incluindo precipitação de neve e possibilidade de tempestades, mas é maior a exposição aos raios solares. A visibilidade é prejudicada pela neblina, e isso pode ser especialmente perigoso em casos de avalanches e deslizamentos.

Há risco de os combatentes se perderem em condições climáticas desfavoráveis. Sem contar que as irregularidades do relevo, em baixa visibilidade, podem causar sérios acidentes. Por exemplo, rochas e mesmo pedaços de montanha que desmoronaram deixam fendas abertas para os abismos das montanhas e tornam as quedas uma séria ameaça.

Equipamentos

Mais uma vez, a altitude das montanhas é fator decisivo, mas agora no que se refere ao funcionamento dos equipamentos dos oficiais. Entre os principais problemas, estão o maior consumo de combustível dos veículos, até o ponto que conseguem acessar, e dos aparelhos que também utilizam algum tipo de combustível para operar. O transporte de recursos adicionais é penoso e requer planejamento extra, incluindo o uso de animais e, se possível, de helicópteros.

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