O paraquedismo militar no Brasil teve início com o General Roberto de Pessoa, quando um grupo de oficiais e sargentos voluntários, concluíram, nos Estados Unidos, o Curso de Paraquedista.
Desde então, a presença dos paraquedistas militares se concentram na Brigada de Infantaria Paraquedista, que está localizada na cidade do Rio de Janeiro.
Ela pode ser considerada uma das tropas de elite do exército brasileiro e é fundamentalmente treinada para saltar e operar atrás das linhas inimigas.
Isso significa que ela está pronta para atuar em qualquer local do país (selvas, montanhas, pantanal, etc.) em até 48 horas e ainda sobreviver sem apoio logístico por até 72 horas.
Como é de se esperar, a Brigada de Infantaria Paraquedista possui fortes laços com a Força Aérea Brasileira, principalmente pela grande semelhança das atividades realizadas.
Seu relacionamento com a Marinha também é bastante forte. Isso acontece, pois todos os anos, alguns fuzileiros navais recém-formados são enviados para realizar o treinamento de paraquedista militar.
COMO SE TORNAR UM PARAQUEDISTA DO EXÉRCITO?
O paraquedista do Exército Brasileiro é um dos mais exigidos fisicamente no meio militar, devido à intensidade das atividades que são realizadas, que muitas vezes envolvem a superação de diversos obstáculos geográficos.
Após a conclusão de uma missão, por exemplo, é necessário que o esquadrão de paraquedistas marche em direção a uma zona neutra. Refazendo todo o caminho que foi percorrido de avião.
Esse percurso na maioria dos casos é feita a pé e envolve o carregamento de diversos equipamentos.
Mesmo assim, existem diversos candidatos interessados a realizar o treinamento todos os anos.
O curso de formação é realizado pelo Centro de Instrução Paraquedista General Penha Brasil e tem como foco principal a capacitação de militares para se lançarem de aeronaves militares nas mais diferentes operações. Parte do conteúdo ministrado também envolve técnicas especiais de combate.
Antes de iniciar o curso é realizada severa seleção física.
Tudo isso para garantir que os candidatos escolhidos estejam aptos a realizar as mais diversas atividades, conforme as necessidades de cada operação.
Alguns dos testes aplicados durante a seleção inicial incluem:
- Executar 12 barra fixa utilizando-se da pegada pronada (sem limite de tempo);
- Executar 48 abdominais do tipo ama-seca, podendo parar durante a execução do exercício (no tempo máximo de 2 minutos);
- Executar 35 flexões de braço no solo sem intervalo (sem limite de tempo);
- Subir 4 metros na corda vertical utilizando apenas os braços (sem limite de tempo);
- Nadar 50 metros com o 13° uniforme sem os calçados (blusa de combate camuflada, calça camuflada e descalço, no tempo máximo de 5 minutos);
- Correr 5.000 metros de calça e coturno (sem camisa, no tempo máximo de 25 minutos).
Para os candidatos aprovados, a rotina de exercícios fica mais intensa conforme o decorrer do treinamento. A intenção é criar militares altamente eficientes e capazes de atuar sob as mais adversas condições possíveis.
A FUNÇÃO DOS PARAQUEDISTAS MILITARES
Paraquedistas saltam de aviões e usam paraquedas para pousar com segurança no chão. Esse é um dos três tipos de técnicas estratégicas de “entrada forçada” para entrar em um cenário de conflito; os outros dois são por terra e por água.
Sua vantagem tática de entrar no campo de batalha pelo ar é que eles podem atacar áreas não acessíveis diretamente por outro transporte. A capacidade do ataque aéreo de entrar no campo de batalha a partir de qualquer local permite que os paraquedistas evitem fortificações instaladas que protegem contra-ataques de uma direção específica.
O possível uso de paraquedistas também força os defensores a se espalharem para proteger outras áreas que de outra forma seriam seguras. Outro uso comum para os paraquedistas é estabelecer uma base aérea para o desembarque de outras unidades.
Essa doutrina foi praticamente aplicada à guerra pelos italianos e soviéticos. O primeiro salto operacional de paraquedas foi registrado na noite entre 9 e 10 de agosto de 1918 pelas tropas italianas, quando o tenente Alessandro Tandura caiu ao sul das linhas húngaras perto da região de Vittorio Veneto em uma missão de reconhecimento e sabotagem.
Já o caso do primeiro uso extensivo de paraquedistas foi pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde no conflito, os paraquedistas foram amplamente utilizados pelas Forças Aliadas.
Durante esse período de conflito, os paraquedistas costumavam usar um paraquedas de desenho circular. Esses modelos podiam ser guiados em um pequeno grau puxando os tirantes (quatro tiras que conectam o cinto do paraquedista aos conectores) e as linhas de suspensão que se prendiam ao próprio equipamento.
VOCÊ SABIA ?
No dia 29 de setembro comemora-se o Dia do Paraquedista Militar em celebração ao seu padroeiro, São Miguel Arcanjo. Em 1945, o Exército Brasileiro criou, no Rio de Janeiro, a Escola de Paraquedistas, dando início ao paraquedismo militar no Brasil.